QUEM RASGOU O VÉU?

Quando duas crianças queriam ficar de mal, elas tinham um sinal: Um criança com o dedo indicador de ambas as mãos horizontalmente encostavam um no outro, e a outra criança, com seu dedo indicador os separavam num só golpe certeiro de cima para baixo – Pronto, estava selada a inimizade.

Creio que esse gesto de confirmação de separação de amizade deve ter sido copiado da história do véu do Templo de Jerusalém que se rasgou de cima para baixo na hora em que Jesus morreu na cruz. [Zacarias 11: 9] – “Não serei mais pastor de vocês. Quem estiver para morrer, que morra; quem estiver para sumir, que suma; e os que sobrarem, que se devorem uns aos outros”.

Quem teria feito aquilo? Aquele véu tinha um significado muito importa para o respeito e adoração ao Senhor Deus – O Pai.  Na resposta, todas as igrejas concordam, elas são unanime num só ponto de vista: ‘Deus rasgou o véu’ – Mas porquê?

·       Ele ficou aborrecido porque o Templo havia matado seu filho? – mas foi isto o combinado! [Mt. 26:31] “Fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas...”

·         Ele queria demonstrar um tremendo gesto de poder? – mas Jesus, queria deixar à humanidade apenas a lembrança de uma vida humana dedicada ao ideal espiritual elevado de ter-se consagrado a fazer a vontade do Pai. O contrário, teria gerado uma superstição. [1 Jo. 3:16] "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós...

·         Ele queria dá fim àquela situação privilegiada dos sacerdotes? – mas nunca foi a intensão do Senhor Jesus, destruiu as leis. Ele mesmo disse. [Mateus 5:17] Não penseis que vim destruir a Lei.

·         Ele queria ouvir e falar diretamente sem intermediário com seu povo? – mas jesus disse que chegaria o temo em que se adoraria a Deus em qualquer lugar. [Jo. 4: 23] Adorar a Deus independe de um lugar.

Se não foi Deus quem teria sido o autor desta ação? A quem interessaria ver o véu que tinha a importância absoluta de preservar o local mais sagrado e poderoso da ordem judaica e representativo da presença de Deus – a sala do Santo dos Santos? Se rasgado o véu, faz parecer que todo poder de Deus havia sido vencido, destruído, aniquilado.

Só vejo um nome, o Lúcifer, que brilhava como um ‘Filho’ indicado pelos Melquisedeques, mas que sucumbira ao impulso do ego e rendendo-se aos sofismas de uma liberdade pessoal espúria:
·         A rejeição da lealdade universal.
·         A desconsideração pelas obrigações fraternais.
·         E a cegueira para as relações de adoração.

Rasgar o véu teve uma importância crucial, para Lúcifer pois complementava o fim da obra que uma vez convertida às teorias rebeldes, o alinhara contra o Pai Universal e o Seu Filho Criador. Esse ataque velado contra o véu do Santo do Santos, sem dúvida, seria o que influenciaria os cidadãos ascendentes, então em Jerusalém, levando-os a permanecerem firmes e manterem-se constantes, resistindo como rebeldes a todas as propostas de que Jesus não era uma tramoia.

Com a morte do Filho na cruz e toda uma exibição de poder através da escuridão do céu, que transformou o azul celeste em centenas de tons cinzas, em meios a nuvens escuras e raios tempestuosos, era hora de destruir o domínio do Pai Universal; e, nada como rasgar o símbolo deste poder – a bandeira do mistério da presença do Onipresente – o véu!  

Três pontos importantes tivera Lúcifer como razão defensora e sincera para a “afirmação de si e da liberdade” para rasgar o véu:

1.      A realidade de que o Pai Universal não existe realmente, que a gravidade física e a energia do espaço são inerentes ao universo e que o Pai seria um mito, inventado pelo Filho, no fito de capacitar a manter o governo dos universos em nome Dele.

2.      Negar que a personalidade do véu fosse uma dádiva do Pai Universal. Mostrando que era uma fraude suficientemente clara da personalidade autêntica do Pai. Afirmando que todo o plano de adoração seria um esquema sagaz para o engrandecimento do Filho.

3.      Rasgar o governo universal do Filho Criador sustentando que o sistema local deveria ser autônomo sem véu de impedimento do poder. Protestava assim contra o direito do Filho, de assumir a soberania do Templo em nome de um Pai, bem como de exigir de todas as personalidades que reconhecessem lealdade a esse Pai nunca visível.

Lúcifer ensinou ao mundo que Jesus até poderia ser um ‘Filho do Amor’, mas não um Deus, nem um governante de direito. Pois se o Templo era a casa do seu Pai, o símbolo que guardava o poder foi rasgado.

Lúcifer atacou, com profunda amargura, o direito sagrado do Templo ao interferir nos assuntos do universo religioso local. A esses governantes, ele denunciou Jesus como usurpador. E exortou o povo a acreditar que ninguém poderia fazer algo que interferisse na operação de conquista de um governo autônomo, desde que homens tivessem tão só a coragem para afirmar-se a si próprios bem como, de modo ousado, reclamar os seus direitos; para tanto bastava que os seres nativos afirmassem a sua independência.

E a principal reivindicação era sustentar que a imortalidade era inerente ao homem, que sendo natural e automática, a ressurreição, todos os seres viveriam eternamente, não fossem os atos arbitrários e injustos da Ordem.

Lúcifer, por fim, com o advento do véu rasgado, proclamou que a adoração podia ser dedicada às forças universais — físicas, intelectuais e espirituais — mas que a lealdade poderia apenas ser dedicada ao governante atual e de fato, a Lúcifer, o “amigo de homens e anjos” e o “Deus da liberdade”.

E foi com essa ‘Declaração de Liberdade’ que Lúcifer matou o Filho na cruz e degradou o Pai no véu rasgado, concluindo assim como ateu do poder universal a sua orgia final de trevas e de morte.  

[Por: Luiz Clédio Monteiro – abril, Pascoa de 2018]

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