VOCÊ ME NEGARÁ.

O que se passa no nosso íntimo quando sabemos que ser traído e abandonado pelos outros é uma coisa real? É uma luta dramática, em que se confrontam a companhia e a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o projeto até o fim e a vontade de desistir e fugir. [Mc. 14: 27] – Então Jesus disse aos discípulos: “Vocês todos vão ficar desorientados, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’”.

Mostra gratuidade do dom, sendo fiel até o fim é o nosso dever principalmente quando desconfiamos que podemos está sendo traído: achar uma nova estratégia com confiança para continuar nossa ação é o certo. [Mc. 14: 28] – “Mas, depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galiléia”.

·         A oração é a fonte da fé que reanima o projeto de vida segundo a vontade do Pai;
·         A vigilância é a força da fé que impede que o homem se torne inconsciente diante das situações.

[Mc. 14: 29] – Pedro declarou a Jesus: “Mesmo que todos fiquem desorientados, eu não ficarei”. É mister que aconteça essas coisas; a traição ou abandono quase sempre será por alienação:
·         Ou ao poder repressivo das autoridades.
·         Ou a ganância por esse poder.

É importante estarmos atilados com a sabedoria para analisar as razões. Quando acontece através de um gesto de [falsa] amizade, como foi o caso de judas – fica claro que foi traição por ganância; [Mc. 14: 44] – O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: “Jesus é aquele que eu beijar”

Ao passo que, mesmo quando defendemos com armas, mesmo quando confessamos lealdade e contudo, caímos diante da tentação de abandonar, negando covardemente, veras que não foi por outra coisa, senão para defender a própria vida diante da opressão do poder; como Pedro. [Mc. 14: 31] – Mas Pedro repetiu com mais força: “Ainda que eu tenha de morrer contigo, mesmo assim não te negarei.” E todos disseram a mesma coisa. No entanto negou seu Mestre três vezes numa só manhã.

Geralmente o traído, abandonado a princípio parece réu diante dos fatos, onde é decretado a sua morte num processo teatral e falso. [Mc. 14: 64] – “Vocês ouviram a blasfêmia! O que parece a vocês?” Então todos eles decretaram que Jesus era réu de morte. Com a continuidade da vida, as acusações realmente não o culpam de nada. As coisas se invertem. 

Com Jesus – o traído injustamente, é o inocente que inaugura sua nova vida. Por isso, de réu ele passa a ser juiz, que condena o acusador. As duas ações que se chocam são inconciliáveis, e o rompimento é inevitável [Mc. 15: 38] – Nesse momento, a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes.

[Por: Luiz Clédio Monteiro – mar/2018]

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