O Honesto e o Ladrão

Jesus esteve certa vez com um homem honesto, que ficou rico e não matou; não cometeu adultério; não roubou; não levantou falso testemunho; não enganou; e, honrou seu pai e sua mãe [Mc. 10: 17-22]. Em outro momento ele esteve com um ladrão, que ao contrário do rico, era miserável sem dinheiro; e, que, roubou; destruiu, enganou; e, certamente outros malfeitos que não honraram seus benfeitores [Lc. 23: 39-43].   

Ao homem justo, rico e honesto embora Jesus, tenha amado suas intenções, impôs um desafio pedindo que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres, a fim de que O seguisse e alcançasse a vida eterna. Enquanto, que, com o ladrão, não houve prova; Jesus não condenou os feitos desonestos dele; não impôs nenhuma penitência; e, ainda por cima, Jesus prometeu de cara, levá-lo consigo ao Paraíso.

As atitudes de Jesus, realmente, são uma provocação à nossa concepção do certo e do errado. Afinal o que pesou no conceito de Jesus, para que o honesto ainda fosse avaliado em prova; enquanto que, o ladrão fora abertamente abençoado? Obediência, não foi, pois o honesto cumpriu todos os mandamentos. Amor, também não, pois Jesus amou o honesto ao vê-lo. Foi à fé? Sim, pois – “sem fé é impossível agradar a Deus” [Hb. 11: 6]. A fé do ladrão justificou seus pecados porque – “o justo de Deus viverá pela fé [Hb. 10: 38].

Veja que o rico foi amado por Jesus, mas não aceitou o desafio à própria riqueza. Ele fracassou quando confiou mais na sua fortuna do que no padrão de bondade de Deus – quem assim procede, Deus se afasta dele.  

Já o ladrão, embora ainda não tivesse visto nenhum sinal de amor de Jesus por ele; não obstante, Amou Jesus pela fé, defendendo-O da blasfêmia, enquanto suplicou com fé e esperança ser lembrado por Jesus, quando Ele estivesse no Reino dos Céus – quem assim procede é glorificado por Deus.

É claro que é certo ser honesto; e, muito errado passar a mão. Mas o que está por detrás das nossas atitudes, só Deus sabe. Portanto vale muito mais para Deus o caráter; do que as atitudes externas que todos podem aplaudir ou condenar pela autonomia da lei.

Portanto, o céu não foi feito para aqueles que Deus ama, embora pudesse, pois Deus ama a todos; contudo, aos que ama verdadeiramente a Deus acima de todas as riquezas, atitudes, coisas, maneiras, estilos sejam elas boas ou ruins.

Jesus é a última fronteira do perdão.

[Luiz Clédio Monteiro Filho]
 
                 




2 Comentários

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  1. Parabéns e obrigado pela mensagem Clédio.
    Foi de grande ajuda, pra mim e minha familia!

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  2. http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

    O homem não foi feito para mentir. Daí a invenção do polígrafo. No entanto, quando iniciei a minha pesquisa histórica acerca da origem do cristianismo senti-me profundamente incomodado com a historiografia oficial. Percebi prontamente que essa historiografia está seriamente contaminada pela fé. O acatamento da Bíblia não é científico. Claro que o propósito da nossa cultura era lastrear a fé cristã e fortalecê-la constantemente. Para isso, serviu-se da história como um mero instrumento utilitário de convencimento. Se a Igreja dissesse que preto era branco, todos tinham que acreditar piamente. Especialmente os professores, que eram sustentados por ela. Não havia escola que não fosse cristã.

    Não é difícil imaginar o resultado disso séculos a fio. Desse modo, o absurdo passou a se tornar natural, pois a proteção à fé estava acima de tudo. É ai que surge uma questão moral da maior relevância pela sua contradição: a obrigação da academia seria zelar pelo ensino honesto de história [a honestidade é um dos valores basilares do cristianismo] ou dar guarida às necessidades da religião, por mais justificável que isso possa parecer?

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