Por: Luiz Clédio Monteiro

De uns doze dias pra cá, faleceu uma prima e um tio da minha esposa. Sua mãe (minha sogra), está a quase cem dias no hospital, incluindo mais de uma semana de UTI, mas com previsão de alta nestes próximos dias. São dias difíceis. E, para completar, meu peixe morreu, hoje.

Logo pela manhã, como sempre, fui direto ao aquário, bater um papo com ele e dar-lhe ração, qual não foi a minha surpresa, ele não se encontrava no aquário. “Para onde ele foi?” Perguntei como se ele pudesse sair sozinho; fiquei desnorteado ao não vê-lo, e, mais ainda, quando o vi no chão, inerte. Meu peixe havia morrido, e, não sabia ha quanto tempo ele estava ali! Não pude fazer nada pelo meu amigo. Ele deve ter pedido socorro, enquanto eu dormia confortavelmente em minha cama ou quem sabe assistindo a corrida de F1 da China.

Senti uma dor no coração, verdade. Tomei-o em minhas mãos, aquela criaturinha tão pequena, mas que tanta alegria me deu. Ainda o coloquei de volta no aquário, sei lá, quem sabe ele não sairia nadando novamente! Foi triste! Ele gostava de pular, e, foi assim, certamente que ele caiu do pequeno aquário, morrendo asfixiado.

Não sei como contar ao João, (meu neto. Ele não está aqui no momento), pensava enquanto o acariciava. Tinha que fazer algo, sepultá-lo? Claro. Fui até o jardim, e, enquanto abria uma pequena cova, cantava um hino de agradecimento a Deus, pois pensei, “o anjo da morte, quem sabe; pode ter passado nessa madrugada por minha casa, enquanto dormia. E, como o Senhor sempre dar prioridade ao homem (sua semelhança), deve ter ordenado que ele se apoderasse do peixe, ao invés de algum de nós”. Assim sendo, acresceu minha dor, pois além dele me alegrar com suas mirabolantes cambalhotas, ainda deu sua vida por mim.

Sepultado, coloquei encima da cova, as pedras coloridas em rosa, e, ao lado da cabeça, dois ramos verdes, um deles com um pequeno botão amarelo, que faziam parte da ornamentação do aquário. Daqui de cima onde estou escrevendo, posso ver por entre a proteção de madeira da sacada, todo jardim, e debaixo da palmeira, seu pequeno túmulo rosa, realçando entre o verde das folhagens das eras, que envolve o muro.

Adeus meu amigo, “Chico” ele se chamava Chico. Estou pensando em comprar outro igual, mas tenho receio, que com isto, esteja menosprezando uma bela amizade conquistada sem nenhuma palavra, mas com carinhosas sacudidas de calda e abas.

Olho a minha esquerda, e, não vejo o aquário. Bate a saudade que diz, “a vida tem que continuar”. Deus sabendo o que iria acontecer, alguns dias atrás, apresentou a mim e ao meu neto João, uma velha cadela fraca, e desprezada, que apareceu do nada, na porta da nossa casa. Ela dorme aqui toda noite; e, dois dias atrás, nós resolvemos dar ração pra ela. Agora quando chego da rua, ela levanta e balança o rabo com muita alegria.

A história se repete numa nova amizade sem palavras; como se fora mais uma do nosso velho pequeno Chico para nos consolar!

6 Comentários

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  1. REGISTRANDO COMENTÁRIO
    Re: Meu peixe morreu‏
    De: Gente Amiga (jovensdoalem@gmail.com)
    Enviada: segunda-feira, 19 de abril de 2010 8:02:30
    Para: Luiz Clédio Monteiro (lcmf56@hotmail.com)

    Luiz,adorei a história do peixe Chico e acho que isso é uma solução para muitos problemas que enfrentamos.
    Conheço algumas mães que após perderem os filhos amados, partiram para ajudar crianças abandonadas ,tanto pelos pais como pela própria sociedade um pouco impiedosa com os inferiores.
    Trasnformaram uma dor ,numa missão de amor ,e após a partida dos filhos ,começaram a amparar outros que nunca tiveram esta tão sonhada oportunidade.
    Adorei a história e sempre concordei com a idéia de que ao invés de reclamar o que perdemos , deveremos agradecer a Deus pelo que recebemos e até pelo tempo que convivemos com seres queridos.
    Obrigado por este e por tantos outros emails que me manda e que me levam a refletir cada vez mais na certeza que tenho de que o mundo caminha para a integração de todas as religiões ,sem tantas separações ou discórdias ,predominando cada vez mais as CONCÓRDIAS do caminho unico e verdadeiro que é AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.
    abraços fraternos

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    Respostas
    1. Boa noite!

      Puxa vida!
      Lí a sua historia sobre seu amiguinho Chico e fiquei muito sensibilizado, pois ontem morreu o Dino, meu peixe beta que pra mim era o meu melhor amigo, todos os dias eu sentava na frente do aquario e batia um papo com ele, que por incrivel que pareca ele fazia muita festa quando eu chegava até o aquario, estou muito triste porque eu e minha esposa na hora em que vimos o Dino morto no aquario ficamos desesperados e nem fizemos um enterro pra ele é isto que esta me deixando mais entristecido, parece que eu perdi alguém da familia, eu tenho certeza que os animais tem almas e espero que o Dino e o Chico estejam bem!!!
      Abraços

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  2. Meus jovens.
    Foi com muita alegria que recebi seu comentário.
    Muito obrigado por compartilhar comigo meus sentimentos.
    Deus seja louvado em vossas vidas, que são o futuro desta nação amada.

    fraternalmente

    ps- vou copiar seu comentário no nosso blog www.cledio.blogspot.com

    sds.,

    Luiz Clédio Monteiro

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  3. COMENTÁRIO VINDO DA REDE SOCIAL CRISTÃ
    DA IRMÃ MÔNICA SAMPAIO.

    Não tem como "passar batido" depois de ler a sua tocante, singela e profunda mensagem: meu peixe morreu.
    Quanta coisa isso quer dizer, irmão amado! Só o título já nos remete a várias mensagens profundas e edificantes.
    Que singeleza! Que maturidade!
    Que sensibilidade.
    Glórias ao Pai! Pois existem, ainda, adultos, que se comovem e se solidarizam com uma tão pequena grande existência.

    E vamos à nova amiguinha: a cadela!

    Já botou nome? Se não, sugiro: Vida.

    Deus o abençoe, em nome de Jesus!

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  4. Querida Mônica.

    Lindo comentário. Obrigado

    Shalon

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  5. Caro companheiro Umberto.
    Companheiro de sofrimento dos nossos peixinhos mortos.
    Obrigado por compartilhar comigo seu sofrimento.
    Não é fácil perder um amigo
    Coragem e força

    abraço

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