Por: Luiz Clédio Monteiro
A latente fé do crente, passa às vezes por período de inatividade; isto é, o tempo entre uma excitação invocada e a resposta por ela provocada. Este período de latência da fé, é indeterminado; e, advêm da penosa provação da adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações; que mesmo estimulada não é suficientemente intensa para que a fé tome consciência da firmeza de Deus, na execução da promessa, mas que, reiterada com insistência, age no sentido de alcançar o efeito desejado:
Jacó sentiu a desolação dessa latência que trouxera sobre si mesmo; mas o Senhor apareceu a ele, e concedeu-lhe uma viva esperança (Gn. 28: 1-22). O eleito Davi, tornou-se um personagem trágico, devido desejos ardentes; mas reiterou em confissão sua fé, e recebeu o perdão (Sl. 32:51). A presteza de Isaias, tinha lábios impuros; quando feito profeta, tornou-se um pregador extremamente talentoso em gerar respostas. Elias, e seus magníficos milagres; atingiu o clímax do medo e depressão; o Senhor entretanto mostrou que a presença divina não se apóia em tais demonstrações de poder, mas na aparente fraqueza de palavras proferidas com brandura (1Rs. 19: 11-13). O fracasso de Jonas, que implorou a Deus, que permitisse sua morte; representou o sucesso de Deus, na conversão de uma cidade pagã; e, foi suplantado pela intervenção divina em graça e misericórdia; era mais do que o profeta poderia tolerar (Jn. 4: 3-8).
E, assim podemos contar inúmeros casos em que a nossa latência cristã, nos leva a negar Jesus, como fez Pedro, mesmo tendo confessado que Jesus era o Cristo, Filho de Deus. Leva-nos a preocuparmos mais com as coisas seculares, em detrimento dos bons momentos em comunhão, conforme fizera Marta, embora fiel a Cristo, e muito estimada por Ele.
Às vezes, de tanto sofrermos na espera, perdemos a direção, ficamos confuso; como o apóstolo Tomé, ainda que, tenha exortado seus companheiros a seguir Jesus para Jerusalém; ou ate mesmo, nos aproximando demasiadamente da religiosidade como foi com Paulo, mas que viu a necessidade da salvação e do perdão dos seus pecados.
A latência dessa consciência, que dói na alma de um cristão, não acontece repentinamente. Vem, primeiro no sintoma de duelo, que pronuncia indistintamente palavras de antipatia, ao invés de submissão. Vem, da ausência de orações ao lado do Senhor; que desvia o caminho, para as rodas dos inimigos. Em fim, quando fazemos da própria comodidade, mais importante, que os projetos de Deus. Não pense ser coincidência, que todos, que age assim, venham a cair; na verdade a definição conforme os irmãos em Cristo é que, coincidência, é a obra divina onde Deus não reclama a autoria.
Mas cada pessoa, em cada situação, é tratada por Deus com especial exclusividade. Entretanto o agir de Deus nem sempre é visto e compreendido pelo homem, não importando quão sábio ele seja (Ec. 11:5). Não compreendemos, porque não vemos, mas podemos saber dessas maravilhas, através dos testemunhos do Espírito Santo; porem nunca será visível aos olhos do homem, o momento do agir de Deus.
Se, continuamos impedidos de ver, somos passivos a latência da fé. Não falo da certeza que isto vai acontecer e nem de como vai, mas sim, da possibilidade pela forma de como cremos. Devemos orar para descobrir qual é a vontade do Senhor e o quê Ele quer fazer. Mas mesmo quando já sabemos o quê Ele quer fazer, nem sempre podemos entender como Ele vai fazer o que quer, ou mesmo quando isto se dará.
A forma de agir de Deus nunca foi e nunca será previsível. O homem não pode compreender o agir de Deus com sua mente e raciocínio, pois a operação de Deus está muito acima do nosso entendimento. Cuidemos portanto do restabelecimento da latência da nossa fé!
Muito consciente o texto. Não tinha visto alguém escrever sobre isto como você , e eu procurei bastante. Parabéns.
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