Nem Deus, nem o Diabo

Nem Deus, nem o Diabo.
 
[Ap. 3: 16] Porque é morno, nem frio nem quente, estou para vomitar você da minha boca.
 
O título foi tirado da coluna do Sarney: “Os anjos estão de volta” [O Estado do MA de 25/Nov/2012]. Sarney comentava sobre o romantismo do século XIX como um estilo de vida, que culminou com o admirável mundo novo das maquinas onde o conhecimento é a chave de uma nova vida cada vez mais realista, frio e amorfo da eletrônica; mas que, entretanto o homem continua sendo criatura de Deus e não matou nem Deus, nem o Diabo nem o beijo. Os prazeres continuam sendo os mesmos; com uma novidade, volta os anjos, a magia e a presença de novo do Diabo como na idade media, seduzindo a terra com grande possibilidade do XXI se tornar romântico.   
 
As épocas eram marcadas pelos seus próprios estilos. Cada uma ao seu tempo. Hoje a coisa é relativa, todos os diferentes estilos estão juntos numa fusão globalizada de elementos culturais em que o homem romântico é ao mesmo tempo hétero, gay, prático, alado, ecológico, beato, frigido, ateísta, místico, fingido, sinérgico, eclético, cibernético, sarcástico, aliciador, mandraca, bruxo, satânico ou mefistofélico.  Sem mencionar que pode ainda ser bondoso, mas pender para o lado mal, sendo corrupto, homicida, trapaceiro, velhaco, insano, dissociado, egoísta.
 
Com poucas exceções, as pessoas de hoje se apoiam na hipocrisia. Suas vidas como cristão é apenas de aparência, que não corresponde à realidade. Antes vivem para si mesmo, só ofertam o que sobra e só ajudam quando quer. Nunca arrisca nada, principalmente seu tal de nome. Isto me lembra uma velha piada sobre um português, que ao ser assaltado, teve que optar, a mando do ladrão, entre o dinheiro ou a vida; no que, prontamente, preferiu abrir mão da vida, pois o dinheiro, ele carecia para saldar as dívidas. O nome pra essa gente é mais importante que a clemência, mas quem preserva a vida pelo nome a perderá [Lc.17].

No entanto prestem atenção! Há alguém que pecando contra você, e mesmo sendo chamada a atenção, se arrepende para que se possa perdoar? Duvido. Não tem um si quer. Eles acham que arrependimento é fraqueza e, por isso não recebem proteção especial de Jesus na hora da perseguição. Pois é na fraqueza do homem que se manifesta o amor de Jesus, dando-lhe força e coragem [Ap.3].

E, quanto mais as pessoas são ricas e auto-suficientes, mais elas confiam em si, e não querem depender de ninguém. Contudo, a verdadeira riqueza de uma pessoa é ouvir a palavra de Jesus e ficar unida a ele [Ap.3].

É inútil procurar sinais misteriosos do poder de Deus para crer. Jesus é presente e a ação é contínua; o julgamento Dele se realiza na história: ele vem para manifestar a verdade da vida de todos. Essa manifestação é sempre momento grave e decisivo: dele depende a salvação ou a destruição de cada um. Serão salvos somente aqueles que, como Jesus, fazem da própria vida dom para os outros [Lc.17].

Este novo mundo cheio de orgulho e auto-suficiência marginaliza o Diabo, confronta Deus e não distingue Jesus como seu Salvador. As multidões se maravilham com isso e adoram-se como se fossem Deus.

E a voz do poder divino diz: “Onde estiver o corpo, aí se reunirão os urubus” [Lc. 17: 37b].

Luiz Clédio Monteiro 
Fundador da Rede Social Cristã    
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