Superstição
religiosa
[Por: Luiz
Clédio Monteiro]
Fui à feira
do João Paulo [subúrbio de São Luís] comprar uma baladeira [estilingue como se
diz hoje] para JP meu neto. Depois de tanto procurar me indicaram uma loja na
rua ao lado. Em meio às bugigangas encontrei a dita atiradeira (feita de liga
de soro); e, ao pagar fui direcionado pelo vendedor a uma seção ao lado, pois
havia pedido também traques e bombinhas de São João.
Para minha
surpresa o local estava repleto de material de macumba e bruxaria. Havia todo
tipo de artigo direcionado a despachos, magia negra e também para cerimônia de sacrifício
e feitiço.
Vi pessoas
cheias de distorções espirituais em meio a imagens assustadoras de “entidades”
consultando um homem forte preto de cabelo amarrado para traz, sem camisa; elas
pagavam por produtos de banhos para aliviar as “maldições hereditárias”,
conhecido também como “maldição de família" ou “pecado de geração”; e,
cura de outros casos de pobreza, alcoolismo, alergia, câncer, doenças do
coração, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade,
adultério etc.
De todos os
artigos religiosos e antropológicos do candomblé, sua autenticidade e magia; o
que mais me chamou a atenção foi à imagem de tamanho natural que eu diria ser a
do [tradicional] Diabo; pelo fato deles o ter aprontado com o aspecto de uma
criatura de cor vermelha – acho que, devido ao fogo do inferno; com chifres
curvos e pontudos para traz e pés com de um bode; pelas orelhas compridas e
pontiagudas lembrando as de um vampiro; pelos olhos penetrantes com de uma
serpente; em fim pela ingenuidade deles acharem que o Diabo seria horrível
assim.
Creio que uma
imagem do diabo dessa forma não passa de superstição religiosa para encher a
pessoa de medo e depois para curá-la, prende-a com artigos que custa dinheiro.
O Diabo é um espírito que decaiu tornando-se mal; antes de ser o Príncipe das
trevas tinha uma imagem de um ser privilegiado em beleza e inteligência e como
tal, não poderia passar a existir com essa configuração animalesca avermelhada
e chifruda [meu pensamento].
Nas tentações
em que o maligno se apresenta, ele é um ser egoísta e sedutor; impressionante e
articulador; dispõe de belas nuanças sensuais, têm ritmos lascivos, sentidos
eróticos, cânticos e coreografias voluptuosas, seus trajes e adereços são lúbricos,
em cuja beleza carnal se perde qualquer um (a) que não seja racional o
suficiente para orar e se afastar.
Portanto
nunca peça para ti a presença dessa escultura sensual diabólica, porque é
semelhante à indiscrição do amor proibido, que escraviza. Não as adorarás, nem
lhes darás culto; porque o SENHOR teu Deus, é Deus zeloso, que visita a
iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que
lhes aborrecem, mas faz misericórdia até mil gerações daqueles que o ama e
guarda os seus mandamentos [Êx 20:4-6].
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