Não tenha medo, pois eu estou com você. Não precisa olhar com desconfiança, pois eu sou o seu Deus. Eu fortaleço você, eu o ajudo e o sustento com minha direita vitoriosa (Is. 41: 10).

O oprimido tem sempre um defensor redentor, Jesus Cristo; foi o próprio Javé, aquele que fez aliança com Abraão e Jacó que o nomeou nosso Salvador e protetor e libertador dos oprimidos e escravizados conforme programa de atividade de Jesus em Lucas 4: 14-21. Isaias 61,1-2 anunciara que o Messias iria realizar a missão libertadora dos pobres e oprimidos.
Mas e os separados – aqueles que são parte do rompimento da união matrimonial? Quem são eles? Condiz como oprimidos, abandonados, posto de lado; excluídos para gozar do programa de atividade de Jesus?
O separado antes se aproveitou da fome do pecado capital que lhe tirou o direito de viver junto. Não tendo mais com quem repartir, dividir, compartilhar antes de tomar decisão; e para roubar a bênção do perdão, o inimigo de vossas almas se une à esperteza de um e aproveita a cegueira do outro. Ambos os separados posteriormente em sentimentos pesados isoladamente podem constatar a supremacia da união legítima de homem com mulher; no casamento, sobre uma falsa vida solitária e anti-social (Gn 27: 1-40).
Na separação as caras-metades vêem em si, metade culpa metade razão. A metade oprimida e injustiçada psicologicamente tem para onde apelar; e a outra metade culpada de arruinar a aliança invoca proteção com base em que recurso? Deus faz um grande projeto para o homem e a mulher no matrimônio; contudo, muitas vezes, eles acham impossível realizá-lo, e recorre a subterfúgios, traindo o desafio contido na promessa e que está dentro da aspiração humana (Gn 16: 7-14).
Nos tempos de Isaias havia um programa chamado “ano da graça” – quando chegava esse tempo eram perdoadas todas as dívidas e se redistribuíam fraternalmente todas as terras e propriedades assim como em outras áreas da vida.
Jesus encaminha os separados para uma situação desta (mas a legislação permite que a esposa e o marido recorram ao artifício da partilha). Em 2 Co. 5: 18 – 21, diz: “Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação. Pois era Deus quem reconciliava com ele mesmo o mundo por meio de Cristo, não levando em conta os pecados dos homens e colocando em nós a palavra da reconciliação. Sendo assim exercemos a função de embaixadores em nome de Cristo, e é por meio de nós que o próprio Deus exorta vocês. Em nome de Cristo, suplicamos: reconciliem-se com Deus. Aquele que nada tinha a ver com o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de que por meio dele sejamos reabilitados por Deus”.
Este é novo programa que restaura a condição humana do separado, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura um novo tempo de reabilitação. O programa anuncia o fim da inimizade com seu cônjuge e expõe à vista a reconciliação matrimonial. Por meio da bênção de uma união que foi profanado, o Senhor Jesus continua sua programação de restauração da família e convoca todos: “reconciliem-se urgente”.
É possível que por causa da trapaça que fizeram, enganando-se mutuamente como cônjuge, venha pagar por isso: ao terem que viver distante um do outro podendo nunca mais ver seus filhos queridos. Entretanto Jesus tem um programa de relação misteriosa entre o Espírito Santo e o homem: embora transcendente e infinitamente santo, o Espírito Santo está sempre em relação viva com o crente. Nessa relação, o homem é incapaz de tomar a iniciativa; o máximo a que pode chegar é entregar-se para que Jesus se manifeste gratuitamente e revele o projeto que ele vai realizar na sua vida. Toda e qualquer separado que esteja aberto e disponível, torna-se novamente membro de um santuário matrimonial, onde Jesus se manifesta, criando vida e história (Gn 28: 10-22; Jo 4,21-24).


Luiz Clédio Monteiro Filho
MAF – PIB
São Luis MA

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