O programa do Evangelho era mostrar o amor de Jesus expandindo-se de Jerusalém até os extremos da terra (At. 1:8). Diante da resistência de muitos, o Evangelho continua se dirigindo aos pagãos que vivem num mundo onde a questão eminente de uns é superar a escassez pra não morrer, enquanto outros convivem desordenadamente com o excesso de coisas que podem afogá-los. (At. 28:28). As razões podem ser diferentes, mas a insegurança é a mesma. Nos dois casos as situações não são boas, embora a segunda, diferentemente da realidade, possa parecer desejável e até mesmo engane por uns tempos.
Proclamado pelo cristão, o Evangelho se torna fermento que provoca oposição, pois traz em si o testemunho de Jesus que desmascara e critica a sociedade montada sobre ídolos que exploram, oprimem e alienam os homens (v. 22).
A Doutrina de Cristo, exatamente por isso, é um embaraço nessas vidas: Nas áreas da pobreza urbana (periferias), onde a presença do Estado é escassa as pessoas procuram a igreja para não ficar na penúria, mas a religião flutuante não corresponde; por outro lado, onde as condições econômicas são favoráveis, as pessoas se afogam nos prazeres e tapeia na idolatria do crucifixo.
Testemunhos de salvação são contados para que eles sigam um caminho diferente daquele que derrama sangue; mas insistem no que engana, rouba e mata.
Portanto é preciso evitar que uma necessidade urgente tanto do pagão quanto da igreja em cumprir sua missão embarace a forma como os aflitos pela escassez possam chegar a Jesus, e de fato encontrar a sombra protetora (2 Rs. 6: 17) e assim seus olhos possam se abrir e enxergar. Entretanto isto comove Jesus que é o Deus de aliança Ele está presente no meio do povo pelo Espírito Santo que luta pela vida e liberdade. Este é o caminho. Crer na liberdade pelo arrependimento dos pecados que levará o arrependido ao batismo.
Uma vez estabelecido o desejo de servir a Jesus, um critério religioso será aplicado como solução para superar a situação de escassez. Assim as famílias vão vivendo da esperança que traz a fé e por fim a perseverança que costuma felizmente fazer chegar à suficiência. No entanto a igreja não é tão desenvolta quando enfrenta situação de desperdício (pos escassez) vivido pelas famílias que alcançaram à misericórdia do Senhor depois de tanta perseverança e oração. Seus anúncios convencionais não parecem conter solução para esse movimento. O número de desvio é um exemplo eloqüente nessa fase. O fiel não deixa a igreja porque é ou ficou pobre, mas porque ficou “rico” já pode comprar as coisas que sonhavam quando era “pobre”. Nessa fase a fé morre a alta suficiência assume o comando e não crer que as coisas melhoraram porque Jesus intercedeu por eles. Os primeiros sintomas estão no comportamento dos dízimos – não se dar a quem não ajudou. É preciso, além de inverter a equação convencional dos períodos de escassez, inventar saídas novas para os períodos de excesso.

(Luiz Clédio)
Junho/2007

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