Tenho cinquenta e tantos anos, maranhense (de Codó), mas já resido em São Luis desde os anos 70. Sou casado, dois filhos um economista diretor de hospital e o outro ainda estudante de direito (matrícula trancada por enquanto), pequeno empresário como eu; juntos, atuamos no ramos de distribuição de cimento (a nova marca Brasil).
Pela primeira vez estive visitando juntamente com minha esposa e meu neto, 5anos, o acervo histórico do ex-presidente José Sarney no convento das Mercês.
Em certo momento deparamos com um local, onde uma imensa gravura a óleo do seu retrato tomava toda a parede de fundo, tendo a frente uma mesa esculpida em madeira de lei sobre um chão em tapete vermelho. O ambiente lembrava uma espécie de gabinete de despacho dum Presidente da Republica. Meu neto olho e disse “estou apaixonado”. O recinto havia completado a visão histórica que ele vinha ouvindo de mim a respeito dos acontecimentos. Naquele momento me veio à idéia de escrever para o senhor.
Permita-me a franqueza, não sou partidário, meu voto sempre foi para o candidatado de melhor performance no momento. No entanto, não quero negar minha admiração pela sua carreia.
Como parte da força produtiva do meu país, os fatos do dia-a-dia maranhense principalmente me interessam. E, é neste assunto que eu gostaria de tocar com o senhor.
Senador José Sarney, qualquer um maranhense se desprovido das suas tendências políticas, depois de ter visto e lido minuciosamente as coisas que no convento das Mercês estão expostas ao seu respeito, fatidicamente diria a mesma frase que o meu neto disse: “estou apaixonado”. Ou seja: arrebatado, exaltado, entusiasmado de tanto orgulho por ser irmão menor de um homem nobiliárquico com o privilegio de receber das mãos de dezenas de mandatários no mundo inteiro, “a chave das suas cidades”. Ao mesmo tempo pode está se sentindo envergonhado por tanta indelicadeza à pessoa do seu irmão maior. Aquilo ultrapassa a fronteira de qualquer que seja o motivo político do momento. Ali está o resultado de uma luta perseverante que todo pai gostaria de ver em seu filho. Impossível de não reconhecer. Parabéns!
Entretanto, a quem Deus deu mais, a este será cobrado mais. E o senhor recebeu mais do que nós seus irmãos menores. “Quero dizer que o senhor nessa altura do campeonato, não pode mais ter a particularidade de ser “desse ou daquele” partido. O senhor é mais que um simples político, o senhor é uma história viva do nosso maranhão (e Brasil).
O senhor era para ser o nosso conselheiro independente de que lado esteja o comando do Estado. Pois um homem que sabe o caminho e ver seus irmãos se perdendo nos campos (mesmo que por pertinência) e não ensina, é como alguém que sabendo o remédio que pode curar deixa morrer um enfermo. Isto é crime.
Não seja impaciente para com as fraquezas dos teus irmãos, releve, do contrário o grande final da sua história será debilitada.
A sua força sempre esteve no fato de correr junto com seus companheiros mais fracos. Agora chegou à hora do senhor trocar o fato de poder correr na frente e se dispor a adaptar seus passos aos passos menores, destes teus irmãos que estando no comando do Estado, precisando impreterivelmente da sua influência e sabedoria, e por medo não suportando esta verdade, se dizem teus inimigos. Ciúmes sempre foram provas de amor.
No seu discurso na ONU o senhor disse que “o caminho é um só...”. E, para o Palácio dos Leões também só tem um caminho – que é o da “União Pelo Povo do Maranhão”.
Sarney mostre a sua grandeza revelando a tua fraqueza pelos teus irmãos maranhense. E se perguntarem: que dirá a tua família? Nessa hora seja como Jesus: (Marcos 3: 31-35). Pois a sua família segundo o compromisso é formada por aqueles que realizam na própria vida a vontade do povo do Maranhão, através do seu governo democrático independente de partido.

Luiz Clédio Monteiro Filho

Post a Comment

Não use o silêncio como a melhor forma de dizer Aleluia!
Deixe seu comentário.
Ele é muito importante.
Obrigado

Postagem Anterior Próxima Postagem