É admirável como o mundo escarnece os fracos.
E faz do pecado dos outros, vidraça.
(Jo. 8: 3-4)

Ate um triste e malquerido urubu, de Deus recebe pena. Enquanto isso, a violência do mundo aguça o sentido traiçoeiro; mascarando-se nada impede a caçada; de forma que se a vítima se disfarçar de lebre encontrará um cachorro; se em peixe, esbarrará em uma lontra; se em pássaro, virá um falcão; se num simples grão de areia, uma galinha o comerá.
Chegando a casa da minha sogra, soube da notícia que um ladrão havia tentado roubar uma bicicleta. A história envolvia o filho do cabeleireiro, dono do salão (alugado da minha sogra); o próprio; um garoto desses de rua e umas vinte dezenas de coadjuvantes no papel de meros expectadores da desgraça alheia que não sabendo o que construir, escolhe algo para destruir (Jo. 8: 3-5).
O garoto de mais ou menos 16anos, igual muitos que vemos por aí sem influência paterna, num dado momento de fraqueza viu uma bicicleta estacionada na porta do estabelecimento (salão) e pimba, levou-a.
Alguém notou deu o alerta e o dono do salão; pai do rapaz que tinha estacionado a bicicleta saiu no encalce do desafortunado (e quem sabe) aprendiz de terceira “catigoria” da “profissa” de ladrão. Apavorado ele até tentou entrar numa casa vizinha, mas foi pego antes. O moço encolerizado encheu o jovem de pancadas e bordoadas; deu tanto, que a turma do deixa disso, com pena do amigo do alheio pedia que parasse de bater.
Ligaram para a polícia. O camburão chegou. Mais porrada no ladrãozinho estropiado enquanto é jogado de qualquer jeito dentro da jaula ambulante.
É uma pena que ninguém tenha ensinado a esse pobre rapaz, provérbio 17:1 (É melhor um pedaço de pão seco na tranqüilidade...).
O cabeleireiro recuperou a bicicleta do seu filho e se deu por justiçado. Ufa. Quase aconteceu um assassinato.
Para Jesus a pessoa humana está acima de qualquer lei, pois o Pai não quer a morte do pecador, e sim que ele se converta e viva (Ez 18: 23).
Minha sogra que viu tudo comentou. Ele bateu no rapaz porque tentou roubar a bicicleta do filho. Imagine se eu (ela) sou como ele. Não estaria esperando há meses para receber cem reais justamente dele que me deve pela compra de uma estante e um porta carta de parede. Ele até deixou de tomar cafezinho na minha casa só para não ter que pagar. Quanta porretada merecida não teria dado nele.
800 milhões de pessoas no planeta que não sabem se vão se alimentar amanhã, são vítimas de violência, porque a velha estrutura da sociedade resiste para não ser destruída e reage violentamente (Mt. 11: 12).

(Luiz Clédio)
Setembro/2007

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