DEUS FARÁ SEU POVO
REVIVER
[Por: Luiz Clédio Monteiro.]
Jesus no seu imenso sofrimento na cruz deu forte grito, e entregou o espírito, cumprindo mais um momento das Escrituras Sagradas, (Salmo 31:5). Imediatamente a cortina do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu, e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos santos falecidos ressuscitaram. Saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa, e foram vistos por muitas pessoas (Mateus. 27:50-53).
Quase ninguém saberia o que fazer caso os mortos se levantassem e resolvessem voltar para casa. Desde os primórdios da Civilização, a morte é considerada um aspecto que fascina e, ao mesmo tempo, aterroriza a Humanidade. A morte e os supostos eventos que a sucedem, são historicamente, fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e religiosas, bem como uma inesgotável fonte de temores, angústias e ansiedades para os seres humanos. A primeira vista, este episódio poderia ser um tipo de fenômenos poltergeist (Polter = barulhento, brincalhão, e Geist = espírito) Espírito Brincalhão, esta é a designação dada para este incrível acontecimento inexplicável pela ciência através da Psicocinesia Recorrente Espontânea, método utilizado por alguns laboratórios de psicologia que nem eles mesmos entendem.
Entretanto tudo estava na ordem de Deus. Dias antes Jesus havia dito aos seus apóstolos entre muitas coisas belas e estranhas, que voltaria embora o mundo não mais o veria, mas os que aceitaram as condições de Deus o veriam porque eles também viveriam para ver (os esclarecimentos ficariam a cargo do Espírito Santo que o Pai enviaria em seu nome). E concluiu “Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem” (João 14:18-31).
Tudo isto já estava proclamado nas Escrituras – Jesus apenas relembrava aos da época dele.
Em Isaias 25:8 – confirma tudo “Ele destruirá para sempre a morte. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces, e eliminará da terra inteira a vergonha do seu povo - porque foi Deus quem falou.” Também em 26:19 Deus confirmava através do profeta “Mas, os teus mortos hão de reviver e seus cadáveres se levantarão. Os que dormem no pó vão acordar e cantar, pois o teu orvalho é um orvalho de luz, e a terra das sombras dará à luz.” A comunhão universal de todos entre si e com o próprio Deus estava guardada para o dia da morte do Seu Filho na cruz, visto que o sangue do justo e inocente Jesus clama a Deus, que responde julgando e destruindo o orgulho e ambição, geradores de opressão e violência.
Ezequiel – teve também esta revelação em sonho (37:6, 12) “Vou cobrir vocês de nervos, vou fazer com que vocês criem carne e se revistam de pele. Em seguida infundirei o meu espírito, e vocês reviverão. Então vocês ficarão sabendo que eu sou Deus. Vou abrir seus túmulos, tirar vocês de seus túmulos, povo meu, e vou levá-los para a terra de Israel.”
A palavra profética, tal como a palavra criadora (Gn 1), no momento final da cruz convoca o espírito para libertar e restaurar a vida do povo de Deus, que tinha sido dominado e destruído o seu Messias. À primeira vista, tudo parece morto e sem esperança com Jesus pendurado na cruz. Eles poderiam está murmurando ‘Nossos ossos estão secos e nossa esperança se foi. Para nós, tudo acabou’ (v.11).
Essa morte, porém, só acontece de fato quando o povo se deixa alienar, conformando-se com uma visão fatalista, que o torna passivo diante de sua própria história. Contudo, Deus ressuscita os santos como que chamando os apóstolos a retomar a consciência de sua dignidade. Isto de fato pode ter feito com que os seguidores de Jesus encontrassem coragem para recomeçar a se reunir e a se reorganizar. Para que no futuro pudessem ver erguidos, então, como grande exército e se pondo a lutar para construir nova sociedade e nova história. Capazes de conviver na tensão, sem descambar para a divisão.
O assunto estava para os apóstolos como Apocalipse está para nós. “Muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e a infâmia eternas” (Daniel 12:20). São as forças celestes unindo-se aos fiéis e aos mártires que resistiram até o fim na grande angústia na terra lutando pela causa de Deus, inaugurando o tempo da salvação através da ressurreição, “Você (Daniel), guarde em segredo esta mensagem, lacre este livro até o tempo final. Muitos o examinarão, e o conhecimento deles aumentará” (v4).
Poderes inéditos habitam nos santos (pelo Espírito Santo) dotando-os de capacidades jamais vistas. Situações inusitadas brotam destes. São como lendas vivas, são temidos (no mundo espiritual) pelos seus poderes e pela sua capacidade de ressurreição.
Mas, se a Morte não apresenta mais ameaça, o que poderia deter ou intimidar os Santos? Eu diria, nada pode separá-los do amor de Deus em Cristo Jesus. Grande e a sua capacidade de suportar quantidades maciças de dano e continuar lutando sem medo (Romanos 8).
Ao passo que a Morte é um inconveniente. Um terrível inconveniente que diz, (não) descanse em paz, para aqueles que não foram tocados pela fonte de sabedoria do Espírito Santo visto que não há um consenso sobre o que acontece durante a Morte. Algumas pessoas se ligam tão intensamente à vida, que o temor da morte se torna mais poderoso que o destino, mais forte que o amor e mais ameaçadora que a vida.
Os seres vivos enfrentam três tipos de combates espirituais diferentes: Duelo, Morte ou Aniquilação.
- Duele é quando são experimentados nas tentações e/ou provações, geralmente os santos saem vencedores sem danos ao seu oponente.
- Morte implica obviamente na morte do perdedor, mas aos santos no tempo certo de Deus eles ressuscitarão.
- Aniquilação é o pior dos destinos o mais temido e ainda não praticado. Aniquilação significa o fim, definitivo, irrevogável. Mesmo tendo uma seqüência alta, mesmo tendo amigos em altos círculos, dinheiro, poder, discursos magnéticos com encantos de controle e um carisma sobrenatural, o segredo do Universo, não há escapatória: o aniquilado é riscado da existência, sua alma destruída para sempre, deixando uma existência inerte e vazia.
Mas sobre estas coisas só podemos especular.
[Por: Luiz Clédio Monteiro Filho
São Luiz – Ma, outubro de 2006]
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