De mim para comigo mesmo
Deus, ajuda-me, buscá-me do lugar onde eu caí e ponha-me outra vez em cima contigo.


Nestes dias de enfermidade em que não posso me afastar mais que 20m do sanitário sem correr o risco de chegar a tempo para uma evacuação incontinente (por cima e por baixo), muitas coisas passaram e estão passando pela minha mente.

Estou vendo a metamorfose do meu corpo ao emagrecer devido à grande perda de liquido. Já fui ao médico, tomei soro; fizeram exame de sangue (acho que até o teste de HIV), mas não deu nada (graças).

Voltei pra casa sem saber o que tenho. Mas a medicina sabe tudo e já disse que é o tal da “virose” (nome que se dar ao que não tem), pronto se é por falta de identidade, já tem uma para essa coisa – estou aqui tomando remédio e nada acontece alem de esvaziar a caixa d’água de tanto dar descarga (verdade, faltou água).

De mim para comigo mesmo pensei, tenho passado muito tempo agregando e colecionando uma porção de razões para entender eu e o mundo, mas agora estou fazendo o contrário, deleto a cada minuto uma porção de “mensagens recebidas” que empoeiradas de tanto tempo guardadas roubavam espaços valiosos, elas apenas satisfazia meu próprio apetite – dessa forma estou também tendo uma “diarréia espiritual” – emagrecendo meu ego, limpando minha arca, em fim abrindo espaço para o meu amigo e irmão Jesus. Não é fácil abrir mão das nossas mensagens que representaram tempo e tempos de disciplina, meditação e crença – como um amigo que nos agrada ao retornar de uma longa viaje. Mas quando abrimos mão delas, notamos que estamos mais leve, mais acessível, mais verdadeiro, menos cúmplice, podendo continuar nosso arrebatamento com menos bagagens.

Tudo no mundo parece está propenso a se afastar de nós e nós de tudo - como uma expansão que precisa acontecer e com os vácuos que vão surgindo, luzes vão se formando, caminhos vão se abrindo, sonhos vão se compondo. Parece estarmos saindo de uma desilusão para um nível onde suportar o insuportável é a razão da paz e inconscientemente estamos dando tudo que temos para isso. E a enfermidade que me ataca como se fora punhos, pedras e espadas me obriga prosseguir com determinação e boa vontade.

Parece que nosso Deus está colhendo o que em nós um dia plantou e disfarçando-se em moléstia vem a nossa presença com um grande ensinamento que parece nos dizer que a lamentação e o temor vêm da carne. Assim no espírito não tem nada disso e quando entendemos, a moléstia toma a sua forma verdadeira - a de Deus. Nosso corpo reaparece original - despido de interesse do mundo que nos chama a proteger nossa vida e das delicias do céu que traz a nós o desejo de morrer.

Tudo é apenas uma prova de quem está interessado com a nossa seriedade e sinceridade.


Luiz Clédio Monteiro Filho
São Luiz – MA.
Nov. 2006

Post a Comment

Não use o silêncio como a melhor forma de dizer Aleluia!
Deixe seu comentário.
Ele é muito importante.
Obrigado

Postagem Anterior Próxima Postagem