Deus quer, o homem sonha, a obra nasce...
(Fernando Pessoa)

Não sei se é por ganância ou ambição ou se é timidez dado a medos imaginários, que fazem as pessoas viverem sós para si mesmas. Mas eu sei que, relacionamento (casamento) leva a viver melhor, pois nele se partilham dificuldades e conquistas, tristezas e alegrias, saúde e doença.
Quando o homem se uni a mulher pela docilidade da dependência, Deus é considerado a terceira pessoa. Se um deles for agredido, dois poderão resistir, e uma corda tripla não se arrebenta facilmente (Eclesiastes 4:12).
Nisto a morte pode separar o homem da sua mulher ou vice versa. Entretanto o consenso ou a critica; a discussão ou a concordância, nada pode desuni-lo de Deus.
O relacionamento entre o homem e a mulher é essencial, mas não pode ser absolutizado ao ponto de não reconhece a parte do Espírito como uma terceira pessoa; ele perde o sentido, vira competição, produz insegurança e o trabalho se torna insano, aproximando-se do caminho da ruína. Alguém que viveu nesse relacionamento, tornará tentar liderar outro relacionamento para renovar sua vida social. Mais tarde, porém, a mesma coisa se repetirá. A menos que venha se dispor obedientemente a colocar em prática o projeto de Deus. Não adianta prometer o que de antemão não se pretende cumprir. Com Deus não se brinca: ele vai cobrar a promessa feita.
A menção da corda tripla em Eclesiastes (4:12), me parece um regulamento claro e importante. Três fazem a união da família. Ela considera indispensável, e determina que uma união (casamento) jamais poderá formar-se com menos de três – é como se fora as três virtudes teológicas: onde o homem, é a fé que traz o sustento; a mulher, a esperança que gera filhos; e Deus, a caridade: o amor ágape que move a vontade e efetiva o bem entre eles, fazendo o matrimônio indissolúvel.
Também triangulando, vê-se que Deus é a unidade, que gerou a duplicidade com Jesus; essa duplicidade gerou a trindade no Espírito (Pai - Filho - Espírito Santo).
Mateus (18:20) cita, "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou aí no meio deles".
A ciência cirúrgica fala dos três pilastras: diérese, hemóstase e síntese (pesquisado).
A matemática pela geometria concorda também quando afirma na sua lei que, “três” pontos entre si, conferem estabilidade à base. Já o 1 (um) com o 2 (dois), não correspondem a nenhuma figura geométrica. Pitágoras disse que o 3 (três) é o primeiro número real, que corresponde ao triângulo, portanto, à realidade física que possibilita a multiplicidade e a especialidade.
Sendo assim, porque o relacionamento, o casamento (família), seria diferente? Na verdade Deus como o terceiro é a união dos dois opostos – O equilíbrio. E quando há equilíbrio não tem queda ou seja, razão para separar. Logo, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar (Mt 19: 6).
A família só adquire todo o seu valor quando é assumida com plena liberdade a serviço do Reino.
(Luiz Clédio)
Novembro/2007

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