A VOZ DA REMISSÃO

E exultará o meu coração, quando os teus lábios falarem coisas retas (Pv. 23:16).

Viver com Deus é como uma corrida de maratona. Não importa como você começa o importante é como você vai terminar!

Semana passada, a ave de rapina que voava sobre a minha cabeça, pousou sobre mim. Quero dizer, que, embora sabendo que serei tentado pelo diabo, me deixei levar, caindo assim em tentação.

Minha comunhão com Deus, parecia está perfeita, pois acabara de ter recebido naqueles dias uma mensagem do Espírito Santo através de uma missionária sua, de nome Jonas Sá, a quem chamei carinhosamente de “Alma Perfumada” em virtude do cheiro de mirra que envolvia a mensagem que recebera (narrada com detalhe em meu artigo “Jonas Sá – Uma Alma Perfumada”).

Foram dias de alegria e gozo e tamanha foi à felicidade, que, devo inconscientemente ter-me distraído, e falhando no “radar”, foram corrompidos os meus entendimentos (II Co. 11:3), e o inimigo me fez pecar e, tudo que me restou foi a vergonha e o medo de Deus.

Hoje, recuperado pelo perdão do Senhor, vejo que, aquela mensagem de otimismo e confiança que havia recebido dias antes, sem mais nem menos, talvez fosse me preparando para a tamanha queda que iria sofrer (advindo da fraqueza humana), antecipando a visão de fé que iria necessitar, para rogar o perdão de Deus, pelo pecado que iria cometer.

Às vezes irmãos, só porque vivemos uma vida de exaltação e de glorificação ao Senhor em contraste ao estilo de vida do mundo, não aceitamos cair em tentações e o pior, em tentações banais que nós achávamos que já havíamos superado e assim, terminamos condenados, pela vergonha de confessar a Deus essas fraquezas dignas de um neófito.

É por isto que notamos muitas pessoas “religiosas,” com vergonha dos pecados não confessados, fazendo seus sacrifícios, dando seus dízimos, comemorando os dias santos, ido rigorosamente aos cultos dominicais e orando (Is. 1:10-15), no entanto não encontram o favor do Senhor, vivendo uma vida de adversidade, fazendo com que a pessoa busque cada vez mais, as mordomias do Senhor através de complexas tramas de interesse pessoal, imaginando que receberá alguma bênção como no ditado popular “é dando que se recebe” podendo até mencionar Paulo em I Co. 9:4 “Não temos nós direito de comer e de beber?”

Deus espera que sejamos adultos o suficiente para acreditar em sua graça e misericórdia, e assim, assumir responsabilidade pelas nossas fraquezas, confiante que seremos compreendidos por motivos mais nobres do que simples obrigações de promessas.

Deus é soberano. E apesar de toda diferença entre o Senhor e os seres humanos, eu tenho Deus, como um amigo discreto e leal, e com ele sabendo das minhas tendências para ceder a sugestões ou imposições, por falta de firmeza ou resistência, essas tentações são derrubadas, aliviando-me.

Deus é compreensível. E se acredito nisto, isto não é algo que deve fazer, mas sim, o que sou como crente nele. E esta crença, é a base para a esperança em oposição aos julgamentos arbitrários.

Imaginar a justiça de Deus, é uma questão de como você se ver como juiz de sua família.

Paz e graça!


Ir. Clédio Monteiro

2003-09-06

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