JONAS SÁ!
[Blog de: Clédio Monteiro – publicação original: 2003-08-20]

Uma Alma Perfumada!

Algumas pessoas, hoje, tentam fazer-se passar por cristão, mas falta-lhes o amor fraternal que, segundo Jesus, caracterizaria Seus seguidores.

Entretanto, a poucos dias, conheci uma cristã do tipo primitiva, vivendo numa situação em que praticava o cristianismo como uma mártir. Apoiada em muletas nas duas axilas, andava arrastando um pé após o outro; com a fonte impregnada de suor, sustentava de pé, seu corpo obeso com grande sacrifício. Mesmo assim, demonstrava um amor missionário de alegria e entusiasmo enquanto semeava a mensagem do Senhor, hora nas paradas de ônibus abarrotada de gente, hora nos ônibus entre solavancos e empurrões, conforme soubera depois.

Era noite eu vinha da igreja e estava na parada de ônibus com algumas pessoas, e quem olhava aquela mulher falando e gesticulando sobre a vinda do Messias, ficava incomodado com a imagem de uma quase mendiga. Eu pensava – quantas vezes ela não tem caído sobre os joelhos, ferindo-se, quem será que à levantava nessas horas! Enquanto alguns comentavam - Porque este esforço todo, se as pessoas nem se importam? Em dado momento, ela fitou-me nos olhos. Confesso que a minha primeira reação foi tentar esconder-me por traz de uma coluna que estava quase na minha frente, mas graças a Deus que o Espírito Santo não deixou, então fiquei no mesmo lugar e encorajado, correspondi aquele olhar.

Quando ela terminou com a mensagem (aliás, uma bela mensagem, curta, porem cheia de autoridade e misericórdia), veio ao meu encontro. Imaginei que ela viria me pedir uma ajuda ou coisa assim, e surpreendi-me, quando fui cumprimentado por ela, com respeito e admiração, a altura. Notei que ela não se preocupava sobre o que as outras pessoas pudessem pensar de nós. Contudo, tinha a certeza que, o que fazia, podia transformar nossas vidas e fazer diferença para todas as pessoas ali. Ela sentia-se útil.

Depois dos cumprimentos, embarcamos numa conversa de alto nível sobre o Reino de Deus; e, havia muito apreço entre nós. Quando já estávamos para nos despedir, chegou uma jovem simpática (que depois ela identificou com sendo sua filha), e imediatamente ela lhe fez um comentário: “veja minha filha, este é um homem de Deus!” Sua voz foi suave, no entanto, senti um estrondo dentro de mim como se fora um vulcão em erupção, eu tremi da cabeça aos pés de emoção.

Ao me recompor, senti uma paz enorme, uma gratidão que nunca havia experimentado antes. Logo depois, emanou um forte cheiro de perfume agradável no ar. Mistério, não havia ninguém por perto, só nos dois, sua filha já havia saído. Mas como? Imaginei, como eu posso está sentindo este perfume de flores, se a muito tempo (apesar dos tratamentos) eu não posso sentir cheiro de nada, pois sofro de uma sinusite que me impedi de sentir cheiro de qualquer coisa? Não sei de onde vinha, mas eu me deliciava com o perfume juntamente com a sensação de paz. Lembrei daquela mirra, que Maria uma vez usou em Cristo.

Nem mesmo em dias de fama empresarial quando no passado fui condecorado por jornalistas ilustres como “Personalidade do Ano” no ramo de Turismo, em meio a jantar oferecido em hotel de “cinco estrelas” devido a excelentes trabalhos prestados, me fez senti tão homenageado e com a hora tão elevado.

Meu ônibus chegou, nos despedimos rápido, e logo que sentei, me veio as lágrimas e a lembrança de Isaías – “vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada.” [Mt. 13:14]

Eu estava imensamente feliz porque o Espírito Santo me fizera ver, ouvir e sentir o que milhões de pessoas não puderam, porque taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Aquele momento foi incomparável, a graça do Senhor derramou entre nós.

Fiquei dias em oração de agradecimento e quando tentava contar a alguém, era impedido pelas lágrimas incondicionalmente. Só agora pude escrever sobre isto, mas ainda choro.
Se demonstrássemos tanto interesse por uma alma como aquela mulher, veríamos muito mais milagres da graça, hoje em dia.

Obrigado Jonas Sá, por você acreditar em mim, mais do que eu poderia.

Reeditando - 2003-08-19

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