Por: Luiz Clédio Monteiro.

Algumas pessoas, hoje, tentam fazer-se passar por cristão, mas falta-lhes o amor fraternal que, segundo Jesus, caracterizaria Seus seguidores.

Entretanto, à poucos dias, conheci uma cristã do tipo primitiva, vivendo numa situação em que praticava o cristianismo como uma mártir. Apoiada em muletas nas duas axilas, andava arrastando um pé após o outro. Com a fonte impregnada de suor, sustentava de pé, seu corpo obeso com grande sacrifício. Mesmo assim, demonstrava um amor missionário, de alegria e, entusiasmo, enquanto semeava a mensagem do Senhor, hora nas paradas de ônibus abarrotada de gente, hora nos ônibus entre solavancos e empurrões, conforme soubera depois.

Era noite, eu vinha da igreja, estava na parada de ônibus com algumas pessoas. Quem olhava aquela mulher falando, gesticulando, sobre a vinda do Messias, ficava incomodado com a imagem de uma quase mendiga. Eu pensava – quantas vezes ela não tem caído sobre os joelhos, ferindo-se, quem será que a levantava nessas horas! Enquanto isso, alguns comentavam - Porque este esforço todo, se as pessoas nem se importam?

Em dado momento, ela fitou-me nos olhos. Confesso, que, a minha primeira reação, foi tentar esconder-me por traz de uma coluna, que estava quase a minha frente. Mas graças a Deus que o Espírito Santo não deixou. Então, fiquei no mesmo lugar. Encorajado, correspondi aquele olhar. Notei que ela não se preocupava sobre o que as outras pessoas pudessem pensar. Contudo, tinha a certeza, que, o que fazia, podia transformar vidas, e, fazer diferença para as pessoas ali. Ela sentia-se útil.

Quando ela terminou com a mensagem (aliás, uma bela mensagem, curta, porem cheia de autoridade e misericórdia), seguiu ao meu encontro. Imaginei que ela viria me pedir uma ajuda ou coisa assim, mas surpreendi-me, quando fui cumprimentado por ela, com respeito, e, admiração, mas com autoridade de quem presta um grande serviço.

Depois dos cumprimentos, embarcamos numa conversa de alto nível sobre o reino de Deus e havia muito apreço entre nós. Quando já estávamos para nos despedir, chegou uma jovem simpática (que depois ela identificou com sendo sua filha), e imediatamente ela lhe fez um comentário sobre minha pessoa: “Veja minha filha, este é um homem de Deus!” Sua voz foi suave, no entanto, senti um estrondo dentro de mim como se fora um vulcão em erupção, eu tremi da cabeça aos pés de emoção.

Ao me recompor, senti uma paz enorme, uma gratidão que nunca havia experimentado antes. Logo depois, emanou um forte cheiro de perfume agradável no ar. Mistério, não havia ninguém por perto, só nos dois, sua filha já havia saído. Mais como? Imaginei. Como eu posso está sentindo este perfume de flores, se há muito tempo (apesar dos tratamentos), eu não posso sentir cheiro de nada, pois sofro de uma sinusite que me impedi de sentir cheiro de qualquer coisa? Não sei de onde vinha, mas me deliciava com o perfume juntamente com a sensação de paz. Lembrei daquela mirra, que, Maria uma vez usou em Cristo.

Nem mesmo em dias de fama empresarial quando no passado fui condecorado por jornalistas ilustres como “Personalidade do Ano” no ramo de Turismo, em meio a jantar oferecido em hotel de “cinco estrelas” devido a excelentes trabalhos prestados, me fez senti tão homenageado e com a honra tão elevada. Meu ônibus chegou. Despedimo-nos rápido, e logo que sentei, vieram-me as lágrimas e a lembrança de Isaias – “vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada”.

Eu estava imensamente feliz porque o Espírito Santo me fizera ver, ouvir, e, sentir o que os outros não puderam, porque simbolicamente, taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Aquele momento foi incomparável. A graça do Senhor havia se derramado entre nós. Fiquei dias em oração de agradecimento. Quando tentava contar a alguém, era impedido pelas lagrimas incondicionalmente. Alguns dias depois, pude escrever sobre isto, mas ainda chorava.

Se demonstrássemos tanto interesse pelas almas, como aquela mulher, andaríamos entre milagres da graça.

Obrigado Jonas Sá, por você acreditar em mim, mais do que eu poderia.

PS - republicando acontecimento ocorrido em 20 de agosto de 2003

1 Comentários

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Obrigado

  1. As pessoas julgam os outros pela aparência exterior.
    Linda história de uma mulher que tem a sua fé e que é linda por dentro.
    Apesar,de não ser uma mulher de Deus,eu admiro nos que se abraçam em sua convicções.
    Bjsss...milll...para vc e esposa.

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