De onde veio o crescimento da igreja evangélica? Do desenvolvimentismo dos missionários e evangelistas ou da preferência pelas arrecadações sem impostos?
A opção que passou na minha cabeça foi à primeira, mas a questão, tal qual à do ovo e da galinha, jamais terá uma solução categórica. E não tem tanta importância assim, pois gostar das prerrogativas de não pagar impostos não é pecado. O melhor, inclusive, é quando a igreja consegue juntar a fome pelas receitas com a vontade de comer dos evangelistas.
Mesmo quando isto acontece tem dilema, causa decisiva do escândalo do vídeo publicado no YouTube mostrando um certo bispo conferindo um montão de dinheiro e ainda orientando os discípulos, como ganhar mais vidas para ganhar mais dinheiro.
O problema parece sem fim. Se a igreja não está com vontade de comer mais, ela ignora a fome dos missionários e evangelistas, e com o prato na mão, acabam freqüentemente saindo para almoçar em outras comunidades.
O apetite do evangelista não é uma força domesticável. E a melhor forma de deixá-lo transbordar é faz com que a iniciativa da proposição dos dons fique inteiramente à mercê dos desejos de Jesus.
O problema é que, na esfera ministerial das igrejas, uma ferramenta facilitadora de evangelismo (como foi no caso do ECC e do EJC), quando pega parece ganhar vida própria. Não precisa mais ter nada dentro. Sua exteriorização justifica sua realização – e passa se repetir aleatoriamente nos calendários das igrejas, criando um jugo financeiro pesado; mas no real, já não está trazendo resultados de vida.
Há uma oportunidade evangelística que não requer a injeção extra do dinheiro do dizimista e oferece horizonte facilitador para a comunhão homem/igreja que é o de melhorar a qualidade de vida espiritual pelo relacionamento pessoal no qual pode ser feito sem regras. Mas não se cogita porque não gera populismo imediato.
Dezenas de pessoas/famílias (evangélicas ou não) estão a tempo sem receber um telefonema imagine visita pessoal, dirigida e tencionada representando a igreja. Não vale dizer que temos o sistema de GP (grupos pequenos), para isto. Aliais por conta dos GP’s, é que não se faz mais nada extraordinariamente misericordioso pelos irmão fora das igrejas. Os GP não têm culpa, a culpa é nossa por nos escondermos por de traz deles.
Precisamos atrair os dons espirituais para o relacionamento pessoal que alem de evangelístico é socialmente importante. Mas não usem telemensagem (pelo o amor de Deus) com pretexto de alcançar números rapidamente. Certa vez eu usava dessa artimanha para felicitar os irmãos aniversariantes que tinha seus nomes e telefones publicados no “boletim dominical”. Qual não foi minha vergonha quando certa irmã ao me encontrar na igreja abraçou-me e chorou comovida agradecendo a lembrança e eu ali parado sem ação, pois nem o nome dela eu sabia imagine o conteúdo da mensagem que foi enviado. Triste, não?
O importante mesmo não são os números alcançados, mas sim superar nosso imobilismo - esse império selvagem que impede a construção dos relacionamentos.
Tudo na vida depende das pessoas. Até Jesus escolheu as pessoas predominantemente informais para salvar pessoas. O Reino cansa de perder almas por falta de intento relacionais interpessoal às vezes por sinas salamaleques que embaraçam as iniciativas.
A igreja precisa abandonar a pirotecnia da idéia de que as pessoas só são impactadas se for por grandes eventos. Estou velho de saber que os convertidos através do contato personalizado são os que permanecem.
Evitemos ficar só no discurso. Vamos parafrasear o que Samuel falou a todos os israelitas (1Sm 7:3): “Se vocês querem se converter de todo o coração para Jesus, tire do meio de vocês o apetite primitivo do popularismo, devotem-se inteiramente a Jesus e sirvam somente a Ele. Assim Ele vai livrar vocês do poder do espírito vulgar e estreito”.

(Luiz Clédio)
Julho/2007

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