Um financeiro inspirador de iguarias.

O fato de o financeiro ter surgido como o funil da gestão do dinheiro no complexo mundo capitalista, associou essa posição como o sustentador da saúde econômica da empresa. A busca do lucro acima de tudo, a santificação desse trabalho com êxito no controle das despesas, fez desse profissional o eleito divino quando é o salvador da lavoura, ou o pernicioso quando as coisas não estão bem. Por isto, para o financista o trabalho que gera capital poupado não significa viver para ter dinheiro, mas convir para alimentar o dinheiro.
No âmbito da gestão de pessoas o financeiro é encarado como maldição de Deus pelos funcionários. Qualquer desconto na folha; redução de comissão ou mesmo prorrogação de aumento salarial a culpa é dele e pronto. E quando limita o credito dos clientes o pessoal do comercial fica uma fera. É responsabilidade de tirar o chapéu.
Já dizia Xico Vargas no seu blog, “Um dos perigos que rondam as pessoas é a imagem que delas fazem os amigos e os amigos dos amigos. Depois de algum tempo nada que você venha a fazer será capaz de mudar o figurino que lhe foi destinado”.
Assim então é a imagem que os economistas na função de diretor financeiro receberam do mundo profissional. Um homem sem alma, calculista e por isso solitário. E a solidão pode levar você a falar com plantas; contar segredos para animais; brigar com a TV; os mais solitários chegam a dialogar com pessoas; pessoas que já morreram.
Se você não for bem antenado, e levar a coisa de modo simples, sem ostentação, ascético, pode ativar o sofrimento oriundo desse trabalho.
Uma outra maneira que trousse paz para o financista João Paulo para que pudesse desenvolver seu trabalho nas finanças da Cimec, foi à disposição de separar a sua função do seu estado de vida. Ou seja, sua pessoa fica a cuidar da sua ética privada, enquanto que, como profissional, governa a ordem da ética capitalista.
E, assim tive a surpresa de conhecer o financeiro mais excêntrico do mundo, João Paulo – um homem que vive do que tem, mas faz sua vida baseada na atenção que dar as pessoas.
Das boas coisas que o prazer de conhecê-lo me trousse foi à chance de experimentar sua criatividade logo na troca dos cartões, quando lhe disse que eu estava sem o meu, e ele rebateu: “não precisa, você já é o seu próprio cartão de visita”.
Ele fez do que poderia ser um chato almoço de ordem comercial, um momento agradável, harmonioso e inesquecível. Foi divertido ver o seu nome no cardápio do restaurante como inspiração de uma iguaria de peixe (não resisti e fotografei).
Aprendei a tomar o caldo do peixe sem precisar usar a incômoda colher (na xícara, simples, não).
Por fim tive a grata lembrança da minha falecida mãe (já esquecida) quando ele pediu para degustar, licor de jenipapo, e ao saber disso me presenteou com uma garrafa.
No caminho de volta, conheci artistas, lugares pitorescos, “pessoas milionárias por poder o dia inteiro contemplar as belezas de Olinda e nas horas vagas vendem côco d’agua” (como ele dizia), enquanto dava as sobras do peixe que havia embalado para um mulher menos afortunada, fazendo-a feliz.
Em meio a tudo isso eu dizia a ele: meu caro João Paulo, se você me dissesse que o meu credito como distribuidor, não fora aprovado, mesmo assim eu lhe pediria um autógrafo. João Paulo, você é um tempero a mais como financeiro, uma pitada a mais como anfitrião e sabe dar uma colher de chá aos amigos. E, o resultado de tudo isso, ganha um extraordinário sabor de conquista. Deve ser o que desfruta a equipe da Cimec e todos nós seus clientes, amigos.
Eu imagino que talvez seja a intensa lembrança da sua família, unindo multidões de momentos felizes ao redor do seu dia-a-dia, que fez de você o financeiro, que um cristão poderia pedir ao Todo-Poderoso. Parabéns!

(Luiz Clédio)
– São Luis (MA) Junho/2007

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